sábado, 21 de fevereiro de 2009

Yop, o Magnífico

Caros,

Eis que os papéis se invertem.
Este Yop que vos aparece à frente pode ser desconcertante, bem sei. Mas mereço este momento.
Agarrei os meus quinze minutos de fama com uma naturalidade que só eu conseguiria atingir. E vou aproveitá-los. Ninguém me colocará uma tampa.
Surjo-vos como um ídolo, com pedestal e orquestra, escondendo habilmente a pele branca, os contornos flácidos do corpo e o humor insípido.
Num ápice, a minha sobriedade e vestuário monocromático ganham novas cores, cores quentes, que me deixam este sorriso cínico junto à saída.
O mais natural nesta minha figura é esta pose. Esta postura fria, embora cheia de alegria interior. Esta saúde plástica dos que se conservam e não se dão à vida.
Finalmente a minha hipótese de me agigantar. É ver-me engolido pelo momento.
Mas não pensem que me basta isto de ser visto, analisado, reverenciado.
Eu sirvo um propósito para além da simples adoração. Eu sirvo para muito mais que umas linhas de elogio e de crítica.
Dou-vos um incentivo constante, como se dá a um cavalo antes do salto.
E, nesta forma curta de viver, vos digo: Aproveitem-me todo.
Depois, quando nos encontrarmos dentro de quatro paredes.
E agora, enquanto espero que me consumam.
João Silva

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