sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

YOP - the long version


Enquanto vocês estão para aí com cara de parvos a tentar ser criativos vou-vos contar a história da minha vida. Pode ser que vos inspire.

Estava eu a estava a descansar nuns pares da mamas - o que é bom - quando umas mãos grossas e peludas de lavrador me mugiram - o que é mau. Não fui despachado ao pequeno-almoço da avó do lavrador - o que é bom - mas meteram-me numa carrinha que cheirava a estrume – o que é mau. Pude viajar e ver o mundo - o que é bom - mas a estrada era só buracos e metade de mim ficou pelo caminho - o que é mau. Cheguei a um hotel - o que é bom - mas afinal era uma fábrica - o que é mau. Tinha lá muitos amigos - o que é bom - mas deram-nos uma espécie de esteróides para engrossarmos – o que é mau. Passaram a chamar-me iogurte - o que é bom - mas um Sam The Kid qualquer dos laticínios deu-me o nome de Yop - o que não é só mau. É estúpido. Aliás, é quase uma onomatopeia.
Bom...
Sou natural, o que significa que tenho por missão na vida convencer as mulheres que sou bom - o que é bom - mas na verdade sou só amargo – o que é mau. Passo a vida na boca de top models - o que é bom - mas também sou lambido pelas mães das top models e pelas avós das top models - o que é mau.
Não acredito no determinismo - o que é bom - mas puseram-me a morar numa prateleira de um Pingo Doce em Chelas - o que é mau.
A minha data de validade não marca o dia da minha morte - o que é bom - mas assinala o dia em que as mulheres já não me vão querer - o que é mau.
Anteontem, estava em promoção - o que é bom - hoje estou na mala de uma senhora no meio de aspirinas e tampões - o que é mau.
Estava um dia bonito quando saí hoje de casa - o que é bom - mas fizeram uma pausa no curso de escrita criativa para comer - o que é mau.
Agora, a parte que ainda sobra de mim está para aqui a gozar com vocês - o que é bom - - mas a inspiração acabou-se - o que é... triste.


Short Version (o objecto aqui em mente é a embalagem de iogurte): -->

Querido diário: hoje, mais uma vez, beberam-me.
Sinto-me vazia e quero morrer.
Vou-me suicidar assim que encontrar um ecoponto.

Carlos Natálio

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